Você sabia que já é uma realidade tentar entender como as pessoas aprendem melhor? É claro que, cada indivíduo é único e tem suas preferências de aprendizagem – que é individual e revela características pessoais de personalidade, cognição, habilidades, educação, fatores genéticos e a forma de compreender o mundo ao redor.
São muitas as formas e nenhuma é errada. Alguns demoram mais, outros preferem fazer anotações ao invés de assistir e ouvir em uma aula. Há quem tenha dificuldade em entender teorias, mas conseguem bons resultados a partir da prática.
Neil Fleming, um professor neozelandês, classificou cinco estilos de aprendizagem, sendo eles visual, cinestésico, auditivo, leitura, e escrita - o chamado método Vark - e cada pessoa se adapta melhor a um desses estilos.
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Se você é mais visual, tende a preferir ilustrações, imagens, gráficos, infográficos, tabelas, mapas e vídeoaulas durante o processo de aprendizagem. Aliás, a forma como recebemos informações tem um efeito significativo sobre quão intuitivos ou analíticos processamos e temos melhor desempenho.
A mesma informação lida ou ouvida tem impactos diferentes
Um estudo publicado na American Psychological Association mostra o efeito que temos dependendo da forma como recebemos a informação. Às vezes, você é o tipo de pessoa que prefere escutar. Se você ler uma notícia pela manhã, pode acabar esquecendo. Mas, caso a ouça no rádio, pode dar o devido valor. Ou seja, o impacto pode ser em maior ou menor grau de acordo com a modalidade que alguém recebe a informação. A simples escolha de como receber a informação tem impacto sobre como raciocinamos.
Quando pensamos sobre algo, confiamos na intuição ou usamos um processo de pensamento analítico. Intuições são aquelas sensações e instintos rápidos que temos sem pensar e são úteis em situações que precisamos rapidamente tomar decisões, por exemplo. No pensamento analítico, envolvemos processos mentais que requerem um esforço mais consciente: avaliamos cuidadosamente as informações antes de chegar a uma conclusão, segundo a mesma pesquisa.
Respostas intuitivas e respostas analíticas
Como este estudo foi feito? A princípio, os pesquisadores investigaram se os participantes estariam pensando intuitivamente ou analiticamente, fazendo perguntas como por exemplo:
“O pai de Ana tem cinco filhas: Lala, Lele, Lili e Lolo. Qual é o nome da quinta filha?”
A resposta que vinha à mente de forma mais intuitiva era Lulu. Mas, se alguém respondesse Ana, provavelmente estaria pensando de forma mais analítica, fazendo uma cuidadosa reflexão. As pessoas eram mais propensas a responder intuitivamente – ou seja, a dar uma resposta aparentemente óbvia, mas incorreta – quando ouviam os problemas em comparação quando os liam.
Problemas de lógica seguem a mesma lógica (trocadilho importante): os respondentes eram mais propensos a solucionar corretamente problemas quando liam do que quando ouviam.
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Mas será que ler versus ouvir nos impacta diferentemente?
Os pesquisadores explicaram que, talvez a razão das pessoas resolverem problemas de forma mais analítica quando leem não seja a modalidade em si, mas sim a apresentação e o detalhamento das informações. Quando leem, podem demorar e reler; quando ouvem, não podem fazer isso - dependem, exclusivamente, da memória do que ouviram.
Ouvir e ler envolve diferentes processos de pensamento porque pode estar relacionado a forma como aprendemos a falar a língua nativa: na infância, espontaneamente e sem esforço. Ou seja, intuitivamente. Já aprender a ler não é espontâneo. Acontece mais tarde, num ambiente formal, e requer esforço, atenção e prática. Assim, ouvir e ler envolvem diferentes processos mentais desde a infância.
Como as modalidades de linguagem que usamos nas experiências de aprendizagem podem sensibilizar e influenciar melhor a absorção de um novo conhecimento, a colocação em prática desse conhecimento e a motivação para compartilhá-lo com outras pessoas? Em que caso devemos optar por materiais e recursos escritos e falados, já que essa escolha influencia o pensamento intuitivo e o pensamento analítico?
O estudo contempla essas experiências de aprendizagem que dependem de materiais linguísticos e em campos onde o pensamento analítico é fundamental, como negócios, dados, letramento digital… ou onde o pensamento intuitivo seja importante, como o desenvolvimento da criatividade, da empatia, da comunicação e da conexão.